Descobre as principais tendências de marketing digital para empresas e agências
Avizinha-se mais um ano cheio de transformações e desafios para as empresas.
Tudo muda a uma velocidade vertiginosa: algoritmos, ferramentas de trabalho, touch points com clientes…
Eis que o segredo no mundo do marketing para 2024 é essencialmente um: adaptabilidade.
O pior que pode acontecer é existir uma aversão à mudança. Parar de aprender é ficar obsoleto num abrir e fechar de olhos.
Descobre agora as maiores tendências de marketing digital para 2024.
A primeira grande tendência de marketing digital em 2024 é a chegada de uma nova era de Social Media Commerce.
As redes sociais são hoje muito mais do que simples plataformas de conteúdo e, num futuro bem próximo, estas emergirão como um novo canal transacional.
A novidade aqui é que estas plataformas já começaram a integrar soluções transacionais nativas, dentro das próprias aplicações. Isto vai permitir que os consumidores comprem produtos diretamente nestas aplicações, sem terem que entrar no vosso site.
É verdade, há muito que já é possível em redes sociais como Instagram, Facebook e até Pinterest associarmos links para páginas de produto do nosso website.
No entanto, este tipo de redes sociais quer ir ainda mais longe neste ano. Estas já estão a incorporar sistemas de pagamento que permitem ao consumidor avançar na jornada de compra sem ter de fazer o bounce para o vosso site.
Falo-vos por exemplo do TikTok Shop, que chegará durante 2024 a Portugal.
É esperado que os utilizadores possam vir a comprar através de quatro formas distintas dentro da app:
1. Live Shopping – compras num contexto de transmissões em direto.
2. Shoppable Videos – vídeos nativos que incluem destaque a produtos.
3. Product Showcase – uma espécie de montra, áreas do perfil da marca destinadas para apresentar o catálogo de produto.
4. Shop Tab – uma área do TikTok dedicada exclusivamente a compras.
Em maio de 2023 a Google anunciou uma reformulação gigantesca no maior motor de busca do mundo.
A Google apelidou esta nova experiência de pesquisa como Search Generative Experience (SGE), que traz muitas transformações ao nível do algoritmo, interface e até mesmo da forma de interagir com o Google.
O novo Google vai ser dominado por este novo módulo de inteligência artificial: o AI-Snapshot.
Este é um bloco de texto gerado automaticamente por inteligência artificial, com informação proveniente de diferentes websites.
E aqui o grande desafio é que nem sempre os websites selecionados pelo AI-Snapshot são os mesmos que se classificam melhor organicamente – pelo contrário. Em cerca de 45% das pesquisas, estes destaques não são sequer provenientes dos primeiros 10 resultados.
E é aqui que surge este novo conceito: GEO – Generative Search Optimization.
Os marketeers adoram dar nomes a tudo e esta foi a sigla atribuída a todos os esforços de otimização realizados ao nível de um conteúdo, com o objetivo de vir a ser destacado por estes motores de busca generativos. É uma espécie de SEO mas dedicado a Generative AI.
Portanto, um especialista em Google Marketing para 2024 terá, inevitavelmente, que otimizar o seu site para os resultados tradicionais de pesquisa (SEO), como também para sistemas de Generative AI (GEO).
2024 será um ano super desafiante no que diz respeito a tráfego para websites.
Os custos por clique nas principais plataformas de publicidade não param de aumentar, espera-se que a chegada do novo Google leve a quebras no tráfego orgânico acima dos 20%, redes sociais que procuram integrar sistemas nativos de transações…
Mas ter menos tráfego não significa, necessariamente, ter menos vendas. E é aqui onde surge o CRO Marketing, um conjunto de estratégias de visam a otimização das taxas de conversão de um eCommerce.
Falo-vos de técnicas que estimulam o cliente a comprar e facilitam toda a jornada dentro deste touch point, desde o momento em que entram no site até ao momento em que finalizam o seu processo de checkout.
E aqui existem milhares de estratégias que podem ser trabalhadas em múltiplas áreas do site, não só nas tradicionais páginas de catálogo e PDPs, como os próprios menus de navegação, barras de pesquisa interna e até mesmo páginas de checkout.
As marcas devem apostar, ainda mais, em áreas como personalização e recomendações inteligentes, experiências de virtual try-on, imagens de produto 3D, otimização de facetas e muitas outras estratégias semelhantes.
Por falar em e-Commerce, vamos passar para uma das maiores oportunidades nesta lista de tendências de marketing digital: os chatbots.
Os chatbots e assistentes digitais são o futuro do ecommerce. Uma espécie de força de vendas mas no contexto digital.
Os chatbots tradicionais (rule-based chatbots) vão ser substituidos por chatbots conversacionais empoderados por LLMs, capazes de fazer o acompanhamento do cliente no site até ao momento da conversão.
Estes chatbots conversacionais serão verdadeiros impulsionadores da experiência digital de um cliente nos e-Commerces, contribuindo para a melhoria de métricas como taxa de conversão, bounce rate, carrinhos abandonados, returning visitors e outras semelhantes.
E já existem vários casos de estudo que nos mostram como será a experiência futura de navegação em lojas online, incluindo a Walmart.
Imaginem um chat capaz de dar atendimento personalizado 24/7, fornecer recomendações personalizadas, apresentar promoções e oportunidades, fazer upsell e cross sell, responder a questões relacionadas com estado das encomendas e muito mais. Sim, isto já é possível!
Ferramentas como Lyro AI, DanteAI, Manifest AI, LiveChat ou até mesmo algo mais avançado como APIs do ChatGPT ou de Azure OpenAI Service são soluções obrigatórias a explorar ao longo deste ano.
Nestas plataformas vamos ser capazes de alimentar e treinar estes modelos de linguagem com a nossa própria documentação, de modo a que os chatbots consigam dar respostas adaptadas à realidade do nosso negócio.
Outra das áreas que será mais impactada pela explosão da inteligência artificial generativa em 2024 é a publicidade.
AI-Powered Ads é uma das maiores tendências em AI Marketing.
Não me interpretem mal: a inteligência artificial não é novidade em publicidade. Há anos que ferramentas como Google Ads e Meta Ads utilizam AI para atingir as pessoas certas no momento certo, fazer licitações mais inteligentes, conjugar diferentes assets criativos e muito mais.
Mas 2024 vai ser o ano da automatização da geração de assets criativos. As grandes plataformas de publicidade preparam-se para aumentar – ainda mais – o número de ferramentas nativas nestas plataformas que permitirão gerar anúncios em poucos minutos com soluções de inteligência artificial.
Performance Max em Google Ads, por exemplo, vai ser um dos formatos onde este tipo de soluções vai chegar mais rapidamente. Os anunciantes vão poder, em poucos cliques, gerar novos backgrounds para as suas imagens, modificar os seus assets para diferentes formatos ou até mesmo gerar imagens do zero com simples prompts de texto.
Soluções semelhantes também chegarão durante este ano a anúncios de feed e reels em Meta Ads. Estudos realizados junto de anunciantes que já começaram a testar este tipo de soluções obtiveram resultados promissores, sobretudo em termos de eficiência. Metade dos participantes neste teste beta pouparam cerca de 5 horas semanais (o equivalente a 1 mês num ano).
Anunciantes vão ter, inevitavelmente, que se adaptar a plataformas que cada vez mais automatizam o processo de geração de títulos e descrições e de produção dos mais diversos assets. O foco deve estar na componente estratégica, analítica, de realização de testes, otimizações e gestão orçamental.
Muito se falou deste tema durante o ano passado. E embora a inteligência artificial tenha abafado por completo o entusiasmo à volta do Metaverso, a verdade é que continuam a existir muitas oportunidades nesta área.
O Metaverse corresponde a mundos virtuais onde as pessoas interagem, vivem experiências, trabalham e até realizam compras, normalmente através de avatares.
Na prática, é uma espécie vida paralela, numa outra dimensão que é digital.
E nós conseguimos entrar nesta dimensão através de óculos de realidade virtual ou simplesmente através de computadores, consolas ou smartphones.
Talvez o melhor exemplo que existe para nos colocarmos na mente de quem já atualmente compra neste metaverso são os videojogos.
Existem jogos nos quais há já muitos anos em que os jogadores têm a possibilidade de comprar items nestes mundos virtuais – sejam roupas, carros ou até mesmo propriedades.
E já assistimos a marcas pioneiras que deram passos importantes nestes metaverse worlds. A Balenciaga realizou uma parceria com o jogo Fortnite, no qual os jogadores puderam comprar roupas da marca e vesti-las durante no jogo.
Mas o que é que as empresas têm a ganhar e qual o seu papel no metaverso?
As possibilidades parecem infinitas, sendo que a aposta das empresas para já está a assentar em 3 grandes estratégias:
1. Ativações de marca, eventos e experiências
2. Criação de lojas virtuais e venda de merchandising ou NFTs
3. Desenvolvimento de experiências multidimensionais
No ecossistema do marketing digital, o voice search surge possivelmente como uma das maiores transformações que se aproximam nos próximos anos.
E com a evolução espantosa a que temos estado a assistir no mundo da inteligência artificial é expectável que o número de adeptos deste tipo de tecnologias de voz continue a aumentar.
Prevê-se uma migração de algumas das pesquisas que ocorrem atualmente por texto para pesquisas por voz. Isto é resultante da valorização da conveniência e procura por respostas rápidas, sucintas e relevantes.
Estamos a aproximar-nos da era onde os teclados serão substituído por comandos de voz e interações com assistentes digitais.
Já no início desta década, a Gartner garantia que 40% dos indivíduos norte-americanos utilizavam assistentes de voz nos seus smartphones, pelo menos uma vez por semana.
Quando olhamos para Portugal, o estudo sobre voice search que realizei em 2021 mostrou que 30% dos inquiridos já utilizou a sua voz para realizar pesquisas no seu smartphone, colunas ou outros dispositivos inteligentes.
Mas porque devemos ficar alerta face a esta tendência do Voice Search: é que a forma como os resultados das pesquisas de voz são apresentados mudam significativamente face à SERP tradicional.
Ao invés de serem apresentados os habituais resultados orgânicos (em que o utilizador escolhe qual a página onde quer entrar), no contexto de voz são os próprios assistentes digitais responsáveis por selecionar a resposta que consideram mais acertada e conveniente.
Em termos práticos, na Google Assistant é lido em voz alta apenas um dos resultados, quase sempre resultante de featured snippets (a apelidada posição 0). Já na Apple Siri, a assistente apresentada apenas 3 resultados.
As empresas têm de se adaptar a isto e para isso apresentei, no meu ebook de SEO para assistentes virtuais, 3 grandes estratégias:
1. Implementação de estratégias de Voice Search Optimization (otimizações ao nível do site)
2. Fortalecimento do branding da marca (otimizações ao nível de awareness)
3. Ações de voz em consolas dos assistentes digitais (otimizações ao nível de jornadas de conversação)
Outra das maiores transformações a que se tem assistido é a mudança na forma como as pessoas procuram por informação.
Os consumidores valorizam cada vez mais a conveniência e rapidez de resposta às suas questões. Por este motivo, assiste-se ao crescimento de plataformas como ChatGPT ou até mesmo redes sociais, que ganham agora também relevância como motor de busca.
E é aqui onde surge a maior mudança de paradigma: as pessoas já não procuram motores de busca, mas sim motores de resposta.
As redes sociais deixaram de ser apenas pontos de contacto com amigos e passaram a ser também ferramentas de pesquisa e de procura de informação.
Plataformas como Instagram, Pinterest e TikTok têm hoje um papel cada vez mais preponderante na jornada online de um cliente e funcionam como autênticas montras digitais das empresas.
Principalmente para a Geração Z, o TikTok é para esta geração um motor de busca como é o Google.
Em 2022, a Business Insider reportou que cerca de 40% da geração Z prefere pesquisar no TikTok e Instagram ao invés de Google.
E isto resulta do facto dos utilizadores deste tipo de aplicações valorizarem um algoritmo que lhes apresenta respostas rápidas, visuais e personalizadas.
Existe preferência por conteúdos breves, imersivos e reais. Explicações aborrecidas, baseadas em texto e em links azuis na SERP parecem para esta geração algo obsoleto. Já para não falar dos anúncios que invadem cada vez mais espaço na SERP.
Não é de todo um acaso vermos que mesmo a própria SERP da Google sejam apresentados cada vez mais resultados em vídeo e featured snippets. O próprio surgimento do AI-Snapshot também é motivado por esta exigência comportamental por parte dos utilizadores.
Esta geração quando quer encontrar um sítio para almoçar, não vai ao Google, mas sim ao Instagram. Quando quer encontrar um tutorial não vai ao Google, mas sim ao TikTok. Quando quer encontrar ideias para decoração da casa não vai ao Google, vai ao Pinterest. Quando quer fazer um trabalho intensivo de pesquisa, aí sim recorre ao Google.
Isto vai ter que levar a que nos próximos anos os marketers digitais e os SEOs, não sejam apenas optimizadores dos sites das empresas, como também conteúdos das marcas noutros touch points, incluindo redes sociais.
Uma organização não obcecada por dados é atualmente uma organização desamparada.
Não alimentar as decisões de uma empresa com base no histórico comportamental dos clientes e na sua pegada digital é ignorar uma das maiores vantagens do marketing digital.
E preparar produtos, serviços, e-commerces, campanhas publicitárias e estratégias de marketing baseadas em dados é preparar soluções focadas no cliente e exatamente naquilo que são as suas necessidades.
Para as marcas os dados são relevantes para personalizar experiências, criar conteúdos mais relevantes, desenvolver campanhas mais eficazes…
Permitem-nos tomar decisões mais inteligentes tendo em conta a forma como as pessoas pesquisam, como os clientes navegam nos sites, como compram….
E partilho convosco um caso real e bem recente na forma como na Worten utilizamos o Data Driven para tomar decisões.
Lançámos, durante o mês de janeiro de 2023, o novo site da Worten.
Um e-Commerce renovado: uma nova cara, uma melhor experiência de navegação e totalmente preparado a pensar no cliente.
Grande parte da jornada do cliente dentro do site e dos conteúdos apresentados foram preparados com base em dados recolhidos por equipas de CRO, SEO, UX, conteúdos e outras equipas do online.
O grande objetivo foi reunir informações importantes sobre o comportamento do utilizador e transformar esses insights em valor para o cliente.
Isto é um exemplo claro de Data-driven marketing no maior e-commerce de Portugal.
Para além disto, no dia 10 de janeiro (data do lançamento do novo website da Worten), quando alguns visitantes começaram a ver a nova versão do nosso site, todas as métricas relacionadas com bounce rate, conversões, AOV etc eram atentamente acompanhadas.
A nova versão do site não ficou imediatamente disponível para 100% dos visitantes. Foi algo faseado.
Isto com o objetivo de ir sendo acompanhada a performance deste novo site e perceber se era, efetivamente, uma boa decisão avançar com a publicação do mesmo para todos os visitantes.
Mais um exemplo de decisão tomada com base em Data-driven Marketing.
É indiscutível que há cada vez mais literacia e preocupação por parte dos consumidores na forma como as empresas recolhem os seus dados. E as empresas vão ter, necessariamente, que ser transparentes na forma como trabalham os dados e transformam isso em valor para o cliente.
No entanto, o que os estudos indicam é que os consumidores estão dispostos a partilhar os seus dados quando sentem que isso lhe oferece experiências mais personalizadas. Uma investigação realizada em 2021 pela McKinsey mostrou inclusive que 71% dos consumidores espera que as empresas entreguem interações personalizadas.
E temos empresas a trabalhar data-driven marketing de forma genial e a comunicar com os clientes o quão bem o fazem. Olhemos para o caso do Spotify.
Todos os anos a plataforma divulga o tão famoso “Spotify Wrapped” – um resumo dos artistas, músicas e géneros mais ouvidos pelos utilizadores durante o ano.
E qual o maior ensinamento que os marketers podem aprender aqui? Transparência no tratamento de dados é uma Green Flag. Experiências com conteúdo personalizado potência UGC. Os clientes sentem-se ouvidos.
Sumarizando a forma como as empresas podem trabalhar, adequadamente, os dados dos clientes:
1. Captar dados de forma transparente e ser capaz de trabalhámos rapidamente.
2. Oferecer alto valor para o cliente e experiências personalizadas.
3. Transmitir o valor entregue ao cliente de forma clara.
A sustentabilidade é o grande chavão quando se fala de tendências no marketing e retalho.
Mas a verdade é que a ideia de “planeta primeiro” é uma prioridade para os consumidores.
Sem dúvida que as empresas devem introduzir no ADN das suas organizações a doutrina de design para a sustentabilidade.
A incorporação da sustentabilidade nos seus modelos de negócio e em toda a cadeia de valor é hoje um fator de diferenciação face aos concorrentes.
Em termos quantitativos, um estudo recente da EY mostrou que cerca de 57% dos consumidores irão escolher marcas com práticas sustentáveis.
Isto mostra-nos a urgência de conseguir nas empresas gerar valor para o planeta e conseguir estabelecer um posicionamento verde claro na mente dos clientes.
No entanto, existe aqui uma grande oportunidade: as empresas devem permitir aos próprios consumidores que tenham um papel ativo na mudança e que sintam que a forma como utilizam os seus produtos se reflete nos processos sustentáveis da empresa.
Dou-vos um exemplo concreto de uma marca que está a conseguir estabelecer esta doutrina de colocar o cliente no centro da mudança: o Continente.
Em algumas lojas do Continente já é possível encontrar aquilo a que se chama de “Refill Spot”, áreas onde os clientes podem fazer “Refill” e reutilizar compras a granel.
Em termos práticos, o cliente pode levar a sua própria embalagem e pagar para encher com algumas referências de detergentes, frutos secos e ração para animais de estimação.
A grande transformação aqui é que não estamos a assistir a uma marca a promover em anúncios de televisão que têm práticas sustentáveis mas sim a colocar o cliente como parte ativa nessa transformação.
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